quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Peróxido de Hidrogênio descontamina solos. (atualidade)

Uma ação conjunta entre universidade e iniciativa privada criou uma nova alternativa para a remediação de solos contaminados no Brasil. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Degussa estão envolvidas no desenvolvimento de um processo oxidativo avançado (POA) com peróxido de hidrogênio que promete eliminar quaisquer resquícios de hidrocarbonetos ou até dos perigosos contaminantes POPs (poluentes orgânicos persistentes). Incluem-se nesta classificação de poluentes desde pesticidas organoclorados, os famosos drins, até os solventes clorados, como os percloroetilenos, tricloroetileno, fenóis, entre outros.

A grande vantagem do processo é a possibilidade de ser aplicado in-situ, sem necessidade de escavação, através da injeção por bombas em poços previamente estudados e depois da remoção de fase livre dos contaminantes.
Aliás, esse conhecimento das várias tecnologias de POAs, conseguido ao longo dos últimos 15 anos pelo laboratório de química analítica (LQA) da Unicamp, tornou-se peça fundamental para melhorar o processo oferecido comercialmente pela Degussa e pela ENSR. O peróxido de hidrogênio não é aplicado sozinho nas remediações.

A aplicação básica se funda na chamada reação Fenton, com peróxido de hidrogênio como agente oxidante e sulfato de ferroso como catalisador, em meio ácido. A ação de descontaminação do peróxido de hidrogênio, assim como dos outros POAs, se deve à geração de radicais de hidroxila (OH-), com alto poder oxidante que promove a degradação de vários compostos poluentes. No caso do peróxido de hidrogênio cada molécula, ao se decompor, gera dois radicais OH-. Para reforçar o processo, a pesquisa da Unicamp também sugere a reação fotoFenton, no qual os POAs também consideram os raios ultravioleta do sol para ativar o processo oxidativo avançado.

Por enquanto, cerca de 60% dos serviços prestados por meio da cooperação entre as três entidades se concentram em contaminações por vazamentos de combustível em postos de gasolina e bases de abastecimento. Mas, segundo o diretor-adjunto da Degussa, Marcelo Schaalmann, a idéia é expandir o serviço para a indústria, afinal de contas estima-se em mais de 3 mil sitíos contaminados apenas no estado de São Paulo.
Há casos em que o melhor a fazer é remover o solo para lavagem com o peróxido de hidrogênio. Conforme diz o professor Jardim, seria um exemplo uma contaminação por fenol em solo argiloso, muito pouco permeável, o que dificulta a dosagem no solo. Aí a solução seria lavar o solo em betoneiras, instaladas no próprio local da contaminação, e devolvê-lo após a reação imediata. A ressalva, porém, é que apesar de não deixar subproduto, o peróxido de hidrogênio esteriliza o solo, já que sua oxidação não é seletiva. Mas melhor estéril do que poluído.
Marcelo Furtado


Fonte: ferlinisalles.wordpress.com/.../

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