quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A origem do detergente (artigo)

Em 1890, o químico alemão A. Krafft observou que pequenas cadeias de moléculas ligadas ao álcool funcionavam como sabão. Krafft produziu o primeiro detergente do mundo. Mas a novidade não passou na época de uma curiosidade química. Durante a Primeira Guerra Mundial, o bloqueio dos aliados cortou o suprimento de gorduras naturais, utilizadas para produzir lubrificantes. As gorduras de sabão foram substituídas e o produto tornou-se um artigo raro no país. Outros dois químicos alemães, H. Gunther e M. Hetzer, retomaram as pesquisas de Krafft e lançaram em 1916 um detergente com fins comerciais, o Nekal, que, acreditavam, seria usado apenas nos tempos de guerra. Mas as vantagens do detergente sintético sobre o sabão foram aparecendo. O sabão reage com minerais e ácidos presentes na água, formando moléculas insolúveis que se recusam a ser enxaguados novamente. O primeiro detergente para lavar roupa foi o Tide, lançado nos Estados Unidos, em 1946.
Diferenças básicas entre detergente e sabão:


Só por essas características já notamos a diferença entre eles, como já foi dito, o detergente produz mais espuma e facilita a remoção de gorduras. O sabão não espuma tanto, mas não prejudica o ambiente. Vejamos por que esse último é considerado biodegradável:
Os resíduos de sabão provenientes da limpeza doméstica vão parar no esgoto e consequentemente em rios. Lá sofrem decomposição pelos micro-organismos existentes na água, daí dizemos que se tornam biodegradáveis, ou seja, não poluem o meio ambiente. Os detergentes agem de forma contrária, se acumulam nos rios formando uma densa camada de espuma.

Por que os micro-organismos só quebram as moléculas de sabão? As enzimas produzidas por eles são capazes de quebrar somente as moléculas de cadeia carbônica linear presente nos sabões. Essas enzimas não reconhecem as cadeias ramificadas que caracterizam os detergentes, e por isso elas permanecem na água sem sofrer decomposição.

Você já deve ter visto as camadas de espuma poluentes, batizadas como “cisnes de detergentes”. Elas são características dos rios mais poluídos, como por exemplo, o rio Tietê.

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